| 08/07/2005 08h35min
Metrôs e trens urbanos são alvos tentadores para ataques terroristas. O volume de passageiros e a dificuldade de se ter um sistema de segurança que não interfira no fluxo das viagens facilitaram os ataques a bomba da Al-Qaeda que mataram 191 pessoas em Madri em março do ano passado e pelo menos 38 ontem, em Londres. Na capital da Grã-Bretanha, cerca de 3 milhões de pessoas usam o metrô diariamente.
A eficiência dos sistemas de transporte de massa se confronta com seu grau de vulnerabilidade. Assim como é fácil entrar no trem com uma mochila-bomba, é simples conhecer horários e tempo de parada nas estações.
O emprego de sistemas eletrônicos de detecção de metais atrasaria as viagens e seria inviabilizado pela rapidez que caracteriza o metrô. Equipes que revistam bagagens e passageiros em aeroportos seriam inviáveis.
– Aeroportos são pontos pequenos em comparação aos metrôs. No aeroporto, não se embarca sem passar pelo detector de metais. Não há como fazer isso no metrô. Qualquer sistema de segurança vai afunilar e atrasar o fluxo – diz Fernando Sampaio, professor da Escola Superior de Geopolítica e Estratégia, vinculada ao portal de segurança Defesa.Net.
O professor de Relações Internacionais do Departamento de História da UFRGS Paulo Vizentini, que já estudou em Londres, defende medidas de inteligência como o monitoramento de setores que lidam com explosivos e de grupos políticos que possam estar ligados aos atentados.
– O metrô tem câmeras e poucos policiais. A eficácia é limitada, porque a polícia não tem como controlar tudo – afirma Vizentini.
Alguns dos ataques terroristas mais sangrentos foram no transporte de massa. Um mês antes das bombas em Madri, uma explosão no metrô de Moscou matou 41 pessoas.
– Não diria que o ataque a metrôs é uma tendência do terrorismo. É oportunismo. Mas os terroristas identificaram uma estrutura bastante vulnerável na estrutura da sociedade ocidental – diz
Sampaio.
As informações são do jornal Zero
Hora.
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