| 13/07/2005 22h16min
O diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Mauro Marcelo, acaba de ser demitido do cargo pelo presidente da República em exercício, José Alencar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está na França, apoiou a decisão e foi informado, por telefone, dos fatos e da evolução da crise criada com o Congresso por causa do email, enviado aos servidores da Abin, qualificando a CPI dos Correios de 'picadeiro' e os integrantes da comissão de 'bestas feras'. Neste momento, Mauro Marcelo está formalizando um pedido de demissão por escrito.
Antes da decisão do governo, a CPI tinha aprovado a convocação do diretor da Abin e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, para dar explicações sobre a mensagem. A CPI também decidiu encaminhar ao Ministério Público um pedido para que apresente uma ação criminal contra Mauro Marcelo por causa da forma como se referiu aos parlamentares.
A mensagem enviada por Mauro para os servidores da Abin foi levada à CPI pelo líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ). No texto, o diretor da Abin faz comentários sobre o depoimento do agente Edgar Lange na CPI, elogiando a conduta dele, que "enfrentou as bestas-feras em um verdadeiro picadeiro". Os parlamentares da CPI reagiram com irritação.
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) classificou de inaceitável as ofensas aos integrantes da comissão. Cardozo disse que Mauro Marcelo ultrapassou todos os limites. O deputado Jorge Bittar (PT-RJ) se mostrou indignado com o texto e afirmou que não refletia a orientação de Lula. No documento, Mauro Marcelo critica também a Advocacia Geral da União.
As informações são da agência O Globo.
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