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 | 22/07/2005 09h20min

Olívio diz que governo está prisioneiro da direita

Ex-ministro das Cidades entende que ex-dirigentes são más companhias

O governo está prisioneiro das forças de centro, conservadoras e de direita. É com esta visão que Olívio Dutra deixa o Ministério das Cidades – na última etapa da reforma ministerial anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao conceder uma entrevista hoje ao programa Atualidade da Rádio Gaúcha, o ex-governador do Rio Grande do Sul disse que as más companhias também estão dentro do PT.

Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula substituiu o petista por Márcio Fortes de Almeida. O ex-secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento foi uma indicação do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP). Na entrevista, Olívio falou sobre o sentimento ao deixar o governo.

– Não tenho dor localizada e nem pessoalizada. Tenho um sentimento de que o governo está ficando cada vez mais prisioneiro das forças de centro, conservadoras e de direta. Isso reduz a sua relação das forças do campo popular e democráticas – afirma.

Com muita sinceridade, o ex-ministro disse que pretende estar de volta a Porto Alegre na próxima semana. E garante que volta para o Estado sem procurar cargos políticos, desejando apenas estar à disposição do partido.

– Quero ajudar a revigorar e renovar o PT. O partido foi levado por uns desvios, que o encaminhou para um atoleiro. Essa visão pragmática da política acabou desnaturando o nosso partido. Devemos combater sempre o oportunismo político, o individualismo, o aproveitamento de cargos, o desrespeito ao dinheiro público. O partido deve continuar sendo grande e não eleitoreiro, mas as condutas desviadas de vários dirigentes não podem ser generalizadas – analisa.

Sobre as recentes denúncias de irregularidades envolvendo ex-dirigentes da sigla, Olívio considera uma rápida reação como única alternativa. Ele criticou as atitudes de Delúbio Soares (ex-tesoureiro) e Silvio Pereira (ex-secretário-geral), mas isentou o presidente das denúncias.

– O PT está combalido por questões individuais. Delúbio e Silvio não são boas companhias: isso não é um juízo pessoal, mas a conduta deles mostra isso. O presidente da República está sendo surpreendido constantemente pelos fatos – justifica.

 
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