| 25/07/2005 23h57min
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou que se o Ministério da Fazenda não tivesse demorado para tomar decisões e liberar recursos no momento certo para ajudar o agronegócio, a crise atual do setor não estaria ocorrendo. As críticas foram feitas nesta segunda.
Rodrigues lembrou que desde dezembro de 2004 – antes da seca que atingiu lavouras soja no Sul do país – vinha pedindo à área econômica R$ 1 bilhão. Como resultado, alertou o ministro, a safra 2005/06 será prejudicada, provocando a queda de renda dos produtores rurais.
Segundo Rodrigues, a agricultura deixará de ganhar cerca de US$ 10 bilhões em 2005 devido a uma série de fatores: a seca no início do ano, a valorização do real, a queda do preço de alguns produtos e o aumento do custo. Esse cenário abrange, particularmente, as culturas de arroz, milho, trigo, algodão e soja.
Rodrigues acredita que, pela primeira vez em muitos anos, haverá redução da área plantada na próxima safra. Numa estimativa considerada conservadora, a previsão oficial é de queda de 1%. Quanto à produção, esta deverá ser maior do que a deste ano, quando foram colhidas 112 milhões de toneladas, ante uma projeção inicial de 132 milhões.
Um dos pontos preocupantes diz respeito ao baixo preço do arroz, causado pelo excesso de oferta no país. Rodrigues explicou que o Ministério da Agricultura defende uma intervenção no mercado, para tirar o produto e forçar a alta do preço, não apenas para garantir a renda do setor agrícola, mas também para evitar dissabores futuros. A queda de preço do arroz, reconheceu o ministro, à primeira vista é boa para o consumidor final. No entanto, argumentou, a médio e longo prazos o efeito será inverso.
Segundo Rodrigues, a principal lição aprendida pelo governo com a crise é que não é possível agricultura competitiva sem seguro rural. Para isso, foi enviado um projeto de lei ao Congresso Nacional criando um fundo para cobrir prejuízos causados por catástrofes climáticas.
Uma das conseqüências da crise – motivada, nesse caso, especificamente pela seca – é que, no Rio Grande do Sul, em todas as cidades onde foi decretada calamidade pública a indústria parou.
O ministro lembrou, no entanto, que as notícias não são ruins quando o assunto são produtos em que os preços internacionais subiram, como, por exemplo, os do café, do suco de laranja e do álcool. Mas os cinco produtos (arroz, milho, trigo, soja e algodão) em questão são preocupantes.
As informações são da Agência O Globo.
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