A tentativa de acordo para evitar a cassação de deputados do PL e do PTB repercutiu mal na Câmara e provocou recuo nas negociações entre os dois partidos.

O acordo, confirmado por parlamentares, previa que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), retirasse a representação contra o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), evitando uma eventual cassação do parlamentar. Em troca, o petebista não representaria contra integrantes da bancada do PL.

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), confirmou que o PL fez uma consulta informal sobre a possibilidade de retirar a  representação e sustar o processo contra Jefferson em andamento no Conselho de Ética desde o mês passado.

Para Jefferson, o acordo seria vantajoso, porque, como o processo já foi aberto, ele não pode mais renunciar ao mandato e evitar sua cassação e a conseqüente perda do direito de se candidatar nos próximos oito anos caso seja condenado no conselho. O PL, em troca, ganharia a desistência de Jefferson de representar contra Valdemar, o líder da bancada, Sandro Mabel (PL-GO), e o deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ).

Semana passada, Jefferson anunciou que faria representação contra os três e mais o deputado José Dirceu (PT-SP).

A assessoria de imprensa da presidência da Câmara informou que Severino não se manifestará "sobre hipótese". Mas explicou que caberá ao presidente analisar o eventual pedido de retirada da representação,  pois tanto o regimento interno quanto o código de ética são omissos em relação a isso.

O presidente do PL, por meio da assessoria de imprensa, limitou-se a dizer que "até o momento não tomou qualquer iniciativa formal na direção da retirada da representação". O líder Sandro Mabel negou categoricamente qualquer tipo de acordo com o PTB e até a consulta  informal à Mesa da Câmara:

Integrantes do Conselho de Ética reagiram com indignação à tentativa de sustar o trabalho.

As informações são de Zero Hora.