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 | 31/07/2005 15h33min

Londres e Dublin esperam que IRA confirme desarmamento

Dois observadores independentes devem trabalhar no processo

Quatro dias depois do anúncio do fim da luta armada do Exército Republicano Irlandês (IRA), os governos britânico e irlandês, além de partidos unionistas (protestantes), continuam à espera da confirmação de que a organização começou a se desarmar. Londres e Dublin acreditam que o processo de desarmamento terminará no segundo semestre ou início do ano que vem, mas todas as partes estão ansiosas para ver, em breve, atos nesta direção, para gerar confiança na comunidade protestante diante do início de conversas de paz, talvez em setembro.

As olhares estão voltados para o general canadense John de Chatelain, presidente da Comissão Internacional Independente de Desarmamento (IIDC), que poderia anunciar nos próximos dias que a organização inutilizou parte de seus arsenal. No entanto, para os unionistas, tão importante como o "quando" é o "como" está se desarmando o IRA.

Neste sentido, o majoritário Partido Democrático Unionista (DUP) do reverendo radical Ian Paisley disse que se não houver "transparência", o Sinn Fein, braço político do IRA, deverá passar por um longo período de "descontaminação". A pedido do próprio grupo, a IIDC incluirá em sua equipe dois observadores independentes, um clérigo católico e outro protestante, mas o DUP quer também fotos do processo de desarmamento.

O assunto das fotos já provocou o fracasso das conversas de dezembro passado, quando o DUP e o Sinn Fein estiveram a ponto de aceitar um plano elaborado por Londres e Dublin para formar um governo de poder compartilhado no Ulster (Irlanda do Norte). Segundo o Sinn Fein, as exigências dos unionistas tentavam humilhar os republicanos, para os quais a entrega de armas é, de por si só, um gesto traumático, próximo a um ato de rendição.

Mesmo assim, desde a assinatura do acordo de paz da Sexta-Feira Santa (1997), o IRA fez três atos de desarmamento, mas o caráter secreto que cercou o pacto não gerou confiança entre os partidos unionistas.

As informações são da agência EFE.

 
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