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 | 04/08/2005 08h34min

Nova unidade especial esteve envolvida na morte de Jean

Grupo foi criado para obter informação sobre suspeitos de terrorismo

Uma nova unidade especial do Exército esteve envolvida na operação que levou à recente morte em Londres, pelas mãos da polícia, do brasileiro Jean Charles a quem confundiu com um terrorista.

Segundo o jornal The Guardian, o chamado "Special Reconnaissance Regiment", criado em abril para ajudar na luta contra o terrorismo internacional, participou da operação de vigilância que terminou tão tragicamente para o jovem imigrante Jean Charles de Menezes.

O novo regimento absorveu a décima quarta companhia de inteligência, unidade integrada pela polícia secreta e dedicada a obter informação sobre suspeitos de terrorismo norte-irlandeses, e seus recrutas são treinados pelas SAS (forças especiais). Segundo o ex-ministro da Defesa britânico Geoff Hoon, essa unidade foi criada para atender a uma demanda mundial desse tipo de informações.

O brasileiro foi seguido pela polícia, que o viu sair em 22 de julho, um dia depois dos fracassados atentados de Londres, de um edifício de três andares e nove apartamentos supostamente vinculado aos autores desses atos terroristas.

Jean, que trabalhava de eletricista, vivia no primeiro andar desse edifício com duas primas suas: Vivian e Patrícia. O brasileiro subiu em um ônibus da linha 2, em direção à estação de metrô de Stockwell, e acredita-se que vários policiais à paisana também subiram no veículo.

Fontes do Ministério da Defesa se negaram a esclarecer se esses agentes à paisana eram membros do novo Regimento de Reconhecimento Especial. Outros agentes seguiram o ônibus em seus próprios veículos, e quando se viu que o metrô de Stockwell era o provável destino do suspeito, policiais armados, também à paisana, foram alertados.

Após persegui-lo, estes dispararam oito vezes contra o brasileiro, que entrara em um vagão de metrô e já estava no chão, segundo algumas testemunhas. A Comissão Independente de Queixas da Polícia, encarregada de investigar o sucedido, deverá examinar o papel desempenhado por esse novo regimento especial, assinala o The Guardian.

As informações são da agência EFE.


 
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