Incerteza é a palavra que definiu os negócios no mercado financeiro na manhã de hoje. Sem saber para onde a crise política irá, os investidores mantiveram a tensão e a cautela. O dólar fechou a manhã em alta de 0,62%, cotado a R$ 2,422 na compra e R$ 2,424 na venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o período estável, com R$ 494,8 milhões em negócios.

A indefinição quanto à data do depoimento do advogado Rogério Buratti na CPI dos Correios é a principal causa do desconforto dos investidores. Foi Buratti o autor das denúncias contra o ministro Antônio Palocci que sacudiram o mercado na sexta-feira. Também gerou mal estar nesta quarta a pesquisa Ibope que mostrou forte queda na popularidade do governo.

A pressão sobre o dólar só não foi maior porque o fluxo de entradas e saídas de recursos no país ficou positivo, graças às vendas dos exportadores. Os títulos da dívida externa tiveram oscilações pequenas e o risco-país também não variou muito. No final da manhã, o EMBI+ marcava 416 pontos centesimais, com alta de 0,24%.

Na Bovespa, o destaque foi o balanço dos investidores estrangeiros nos 20 primeiros dias de agosto. Mesmo em meio à crise política, o saldo externo na bolsa ficou positivo em R$ 558,8 milhões, mostrando que o investidor estrangeiro não está em fuga do país, apesar da instabilidade política.

As maiores quedas do Índice Bovespa eram de CSN ON (-2,35%) e Vale do Rio Doce ON (-2,34%). As altas mais significativas do índice ficaram com Bradesco PN (+2,12%) e Tractebel ON (+1,96%).

No mercado futuro de juros, as taxas oscilam perto da estabilidade, tendo como principais referências os índices de inflação em desaceleração. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2007, o mais negociado, tem taxa de 18,33% ao ano, contra 18,32% do fechamento de terça-feira.

AGÊNCIA O GLOBO