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 | 29/08/2005 07h00min

Gabinete da crise orienta tropa de choque no Congresso

Grupo de ministros articula para driblar a fúria da oposição

Com a missão de proteger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o gabinete da crise passa a concentrar as atenções nos rumos das CPIs do Congresso. Formado pelo novo núcleo de poder do governo, o grupo de ministros articula para driblar a fúria da oposição.

Na busca de orientações, parlamentares governistas não negam que, mesmo durante as sessões mais atribuladas, mantêm contato direto com a base de operações, instalada Palácio do Planalto. Os ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria-Geral), Jaques Wagner (Relações Institucionais) e Antonio Palocci (Fazenda) foram escalados para substituir o antigo núcleo duro do Planalto, como era conhecido. Rebaixados pelas denúncias de corrupção, os ex-ministros Luiz Gushiken e José Dirceu foram substituídos por companheiros fiéis ao presidente e até agora livres de acusações.

Em operação desde o início de agosto, o gabinete da crise foi instituído para blindar Lula de maneira discreta. Das reuniões diárias, muitas conduzidas pelo próprio presidente, é que saiu a decisão de que Lula deveria criar uma "agenda da rua", com direito a discursos emocionados e apoio das massas.

O batismo de fogo, porém, veio com as denúncias de corrupção que recaíram contra Palocci - avalista da política econômica. Pegos de surpresa, em uma sexta-feira, os ministros se comunicaram por telefone e fecharam a linha de ação: advogado criminalista, Thomaz Bastos foi à casa de Palocci e o ajudou a redigir uma resposta oficial às acusações de corrupção. A entrevista coletiva de domingo coroou a ofensiva. Bastos chegou a municiar Palocci em questões jurídicas.

CAROLINA BAHIA/ZERO HORA
 
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