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A desvalorização do peso argentino não deve atrapalhar de maneira expressiva os negócios de boa parte das empresas brasileiras com o país vizinho. O Brasil vai aguardar os efeitos do pacote argentino, que “acende uma luz no fim do túnel”, disse ontem, dia 7, o ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral.
Num primeiro momento, os empresários brasileiros sabem que a medida encarece os produtos importados e que a recessão argentina deve fazer a demanda recuar mais. Mas há consenso de que a médio prazo todos vão recuperar as vendas perdidas.
– A indústria argentina foi sucateada e não conseguirá recuperar a defasagem só com a desvalorização – diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Calçadista (Abicalçados), Elcio Jacometi.
A tendência é de queda nas exportações de calçados brasileiros para a Argentina, aponta, embora as negociações para novos embarques só devam começar em fevereiro. O presidente do conselho de administração da Dixie Toga, Sérgio Haberfeld, não acredita que as medidas adotadas na Argentina comprometam os negócios da empresa naquele país. A empresa, que tem na Argentina a subsidiária American Plast, reduziu de três para um o número de fábricas para ganhar eficiência e enfrentar a queda nas vendas. A companhia produz embalagens plásticas para margarinas, iogurtes e bebidas.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e do Vestuário (Abit), Paulo Skaf, a mexida no câmbio ampliou a competitividade da indústria argentina, mas acabou com a justificativa usada nos últimos anos para impor barreiras a produtos brasileiros.
– A defasagem cambial não pode mais ser usada como desculpa para os argentinos imporem medidas restritivas, como cotas a nossos têxteis.
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