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 | 02/09/2005 19h36min

PT demite motorista de Delúbio

Jorgeval prestava serviço a ex-tesoureiro mesmo depois de afastamento

Sobrou para o motorista. Jorgeval, funcionário do PT que prestava serviços a Delúbio Soares mesmo depois de o ex-tesoureiro ter se afastado da direção do partido, foi demitido nesta sexta.

Enquanto isso, Delúbio continua no PT pelo menos até este domingo, quando o diretório nacional votará o relatório da comissão de ética que recomenda sua expulsão da legenda.

Segundo a assessoria de imprensa do PT, a demissão de Jorgeval faz parte de um lote que inclui outros 21 funcionários do partido em São Paulo e Brasília no esforço de contenção de gastos da nova direção petista. As demissões foram decididas pela executiva nacional do PT.

Segundo o PT, os 22 demitidos fizeram um acordo. O partido, no entanto, não informou as condições deste acordo e nem sequer o nome completo de Jorgeval.

A direção partidária foi surpreendida com a notícia de que Delúbio ainda contava com um motorista pago pelo partido no último dia 16, quando o ex-tesoureiro foi depor à comissão de ética que investigou sua atuação à frente da Secretaria de Finanças do partido.

Na ocasião, Delúbio chegou à sede do PT em um Omega preto, blindado, dirigido por Jorgeval. O Globo apurou que o carro foi alugado por R$ 10,9 mil na locadora Recc. Os donos da empresa têm contratos com a prefeitura de Ribeirão Preto firmados durante a gestão de Antonio Palocci. O Ômega foi retirado na locadora pelo próprio Jorgeval no dia 8 de agosto.

Perguntado sobre o carro na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Mensalão, Delúbio disse que a locação foi feita por sua mulher, Monica Valente, também dirigente do PT. O ex-tesoureiro disse que não tinha dinheiro para pagar o aluguel.

Na verdade, Monica alugou um outro Ômega preto, em outra locadora, a Totality. O carro alugado por Mônica foi devolvido antes do depoimento de Delúbio à CPI. Por cinco dias de locação (de 30 de julho a 3 de agosto), Mônica pagou R$ 4,2 mil. O valor é equilavente a 6% de todo o seu patrimônio.

Segundo a declaração de bens de Monica, que foi secretária municipal na administração da prefeita Marta Suplicy, publicada no Diário Oficial do Município em março deste ano, seu patrimônio se resume a um apartamento avaliado em R$ 60 mil e um Kadet que vale R$ 11 mil.


 
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