| 09/09/2005 21h06min
Preocupado com a sucessão no comando da Câmara, o PT planeja agir com cautela e não aderir ao coro da oposição pelo afastamento sumário do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE).
Antes de tomar qualquer posição oficial, o partido pretende ouvir as explicações que Severino deverá apresentar na volta de sua viagem a Nova York. Independentemente disso, no entanto, muitos petistas consideram que Severino dificilmente escapará de um processo no Conselho de Ética.
– Evidentemente que temos de ouvi-lo primeiro, mas será muito difícil ele sair ileso disso. Será quase impossível não abrir um processo de cassação contra o deputado Severino – prevê o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), um dos nomes cotados para disputar a sucessão do atual presidente da Câmara.
Na opinião de Cardozo, o ideal seria que Severino renunciasse ao cargo de presidente da Câmara, o que abriria espaço para a negociação de uma candidatura consensual entre todos os partidos políticos da Casa, inclusive os da oposição.
– O importante neste momento é encontrar uma pessoa que represente o consenso da Casa. Para isso, será fundamental deixar de lado as disputas partidárias ou vetar qualquer nome ou legenda – acrescenta Cardozo.
A bancada do PT na Câmara se reúne na próxima terça-feira para discutir a crise política deflagrada pelas denúncias contra Severino. A oposição já teria sondado pelo menos três petistas sobre a possibilidade de assumirem o comando da Casa, entre eles Cardozo, Sigmaringa Seixas (DF) e Paulo Delgado (MG).
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