| 11/09/2005 11h49min
A imprensa árabe, especialmente a do Golfo Pérsico, lembra hoje o quarto aniversário dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos com críticas a Washington pela invasão do Iraque.
Vários jornais criticam a política da Casa Branca no que se refere à luta contra o terrorismo. Alguns comentaristas, como Mohammed Al Ashhab, do prestigiado jornal árabe Al Hayat, acham que o combate ao terror "provocou mais violência e insegurança no mundo".
– O mundo reagiu com simpatia à atrocidade do 11/9. Washington desperdiçou esta simpatia quando invadiu o Iraque com evidências manipuladas – expressa, num editorial, o saudita Arab News.
– Os americanos devem chorar por eles mesmos mas podem chorar também pelo mundo. Eles não têm que se esquecer que hoje, depois do furacão Katrina, e há quatro anos, depois do 11 de setembro, o mundo chorou pela América – acrescentou a publicação.
A imprensa do Catar insistiu na lição tomada durante estes quatro anos e frisou que a guerra contra o terrorismo, em sua forma atual, precisa "ser revisada".
– A política de agressão unilateral que os EUA seguiram nos últimos quatro anos só teve sucesso na duplicação dos riscos do terrorismo no mundo – diz o jornal catariano Al Watan.
Por sua vez, o Gulf News, editado nos Emirados Árabes Unidos, escreveu que "o fracasso da luta contra a Al-Qaeda deixou uma herança pesada, de Guantánamo até o Afeganistão e o Iraque".
Na Síria o jornal Tishrin, do governo de Damasco, disse que "os árabes e os muçulmanos são os que mais danos sofreram após os ataques de 11/9".
No Egito, importante aliado árabe dos EUA, os periódicos não fazem referência ao aniversário do 11/9, e quase todos concentram suas notícias e seus editoriais nos resultados das eleições presidenciais da quarta-feira passada, nas quais o atual governante do país, Hosni Mubarak,
obteve mais de 88% dos votos.
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