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 | 25/09/2005 23h41min

Candidatos à Câmara passam final de semana atrás de votos

Herdeiros de Severino podem ser o fiel da balança

Os candidatos dos grande partidos passaram o fim de semana tentando ganhar apoios, sem esquecer de, nos bastidores, assediar a massa dos "sem-mídia", sem os quais podem ver frustrados os planos de voltar ao poder. Os herdeiros de Severino Cavalcanti podem ser o fiel da balança na eleição do novo presidente da Câmara, marcada para quarta-feira, em dois turnos.

Severino trabalha para que seus liderados votem em um dos candidatos do PP – Ciro Nogueira (PI) e Francisco Dornelles (RJ) – ou em alguém do baixo clero, como João Caldas (PL-AL).

– Nunca mais a Câmara dos Deputados retornará aos tempos em que a maioria era marginalizada das decisões – diz o líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE).

Renildo é um dos comandantes da candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que tem o apoio do Palácio do Planalto. Em fevereiro o governo subestimou a influência do baixo clero, que pressionava pela eleição de Virgílio Guimarães. O PT tentou impor Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e recebeu Severino em troca.

Na avaliação da maioria dos deputados, as maiores chances de vitória desta vez estão entre os chamados "cardeais". Além de Aldo, o candidato da oposição, José Thomaz Nonô (PFL-AL), e o presidente do PMDB, Michel Temer (SP). Aldo polariza os governistas. Nonô, os oposicionistas.

Os deputados do baixo clero estão espalhados em todos os partidos, mas aglutinam-se principalmente no PMDB, no PL, no PTB e no PP. Juntas, essas legendas têm 231 deputados, quase metade da Câmara. São em geral parlamentares com eleitores concentrados em poucos municípios e dependem do orçamento federal para levar recursos a suas bases eleitorais. Isso os torna muito dependentes do governo.

As legendas preferidas do baixo clero têm candidatos à sucessão de Severino, mas repetem em certa medida o que costuma acontecer na escolha do presidente da República: acabam tendo que se conformar em serem caudatários dos grandes pólos político-ideológicos do país: o bloco PT-PCdoB-PSB e o bloco PSDB-PFL.

Reservadamente, cardeais do governo e da oposição acreditam que o baixo clero vai preferir se preservar de uma disputa aberta e acabar compondo com uma das candidaturas principais.

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