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Depois de 31 dias, a Argentina voltou a exportar trigo para o Brasil. O país importa cerca de 80% do consumo, dos quais 96% vêm da Argentina, e havia risco de desabastecimento. Antes da desvalorização do peso, os produtores recusavam-se a fechar negócios com medo de perda com a nova política econômica.
Depois da desvalorização, os exportadores reclamavam regras mais claras para a conversão da moeda. Essas regras foram definidas na sexta-feira, dia 18, quando o governo argentino acertou que será adotada a paridade de 1,40 peso para cada 1 dólar exportado. Com a retomada gradual das importações, o risco de desabastecimento fica praticamente afastado.
A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) informou que os estoques atuais são suficientes até a primeira quinzena de fevereiro. Para afastar completamente o risco de desabastecimento, disse o presidente da Abritrigo, Roland Guth, os embarques de trigo para o Brasil precisam ser normalizados até o final desta semana. O governo brasileiro envia nesta quinta-feira, dia 24, uma missão a Buenos Aires para discutir o fim das barreiras comerciais impostas pelos argentinos a produtos brasileiros. A missão também tratará do restabelecimento do Convênio de Crédito Recíproco (CCR), que são operações de financiamento às exportações e importações garantidas pelos bancos centrais dos países. Devido às restrições bancárias, importadores argentinos estão em dívida com exportadores brasileiros.
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