| 26/09/2005 13h28min
O depoimento do árbitro Edílson Pereira de Carvalho deve levar a novas investigações no caso envolvendo juízes que não foram citados até agora no caso da máfia do apito – que manipulava resultados do futebol no Brasileirão, Paulista e Libertadores. Os promotores que coordenam os trabalhos, juntamente com a Polícia Federal, alegam que Edílson citou, pelo menos, outros dois nomes, que permanecem em sigilo.
Na conversa, Carvalho chega a falar que Romildo Corrêa, outro árbitro de São Paulo, também foi contatado por um dos organizadores de apostas, mas não aceitou participar do esquema. A revelação do nome foi feita pelo promotor Roberto Porto ao Jornal Folha de São Paulo.
Já o promotor José Reinaldo Carneiro, que atua no Grupo de Repressão ao Crime Organizado, considera que é preciso descobrir a real extensão dos fatos, através de interrogatórios com Edílson de Carvalho e empresário Nagib Fayad – ambos presos. Carneiro prefere não
citar nenhum outro juiz:
– Cabe aos promotores e delegados terem cuidado para não se cometer qualquer tipo de injustiça, para que nomes eventualmente divulgados na caça às bruxas da imprensa não sejam queimados. Precisamos checar os nomes citados por Edílson para saber qual o grau de confiabilidade que essa declaração merece. Nagib tem se mantido calado e o Edílson optou pela delação premiada – afirmou.
Carneiro enfatizou, ainda, que, durante os cinco meses de investigações, não surgiu nenhum indício sequer de envolvimento de dirigentes de clubes, de federações e de atletas. Foram feitas, aproximadamente, 20 mil horas de interceptação telefônica pela polícia.
O escândalo veio à tona em reportagem da revista Veja dessa semana. De acordo com a publicação, uma quadrilha de apostadores de São Paulo e Piracicaba estaria fraudando resultados do Brasileirão para ter lucro em transações milionárias – os valores apostados chegavam a R$ 200 mil – feitas ilegalmente pela internet. As apostas eram coordenadas pelo empresário Nagib Fayad que negociava as manipulações de resultados com os árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, que ainda não foi contactado pela PF.
Edílson Pereira de Carvalho confirmou que em três competições houve manipulação nos jogos: Copa Libertadores da América, Brasileirão e Campeonato Paulista. A CBF já notificou a Confederação Sul-Americana e organismos internacionais para a existência do caso.
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