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 | 29/09/2005 13h32min

Crise reduz protesto de produtores no Rio Grande do Sul

Falta de recursos para combustível impediu uso de tratores e caminhões

Até no protesto dos agricultores os efeitos da seca do último verão puderam ser sentidos em Giruá, no noroeste do Rio Grande do Sul. Depois de dois dias de manifestação no centro do município, o ato foi encerrado no início da tarde, quase sem público.

Meia dúzia de tratores e caminhões trancavam o trânsito próximo ao Banco do Brasil. A idéia era levar o maquinário para o trevo de acesso à cidade, mas a falta de recursos para o diesel e a gasolina barrou a proposta. Após uma reunião, o protesto foi suspenso em razão do cancelamento do encontro em Brasília entre um representante dos agricultores e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.

– Alguns agricultores queriam levar dois tratores para o protesto, mas conseguiram um só, por causa do combustível – disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais local, José Prestes.

Com a seca, a soja, produto que movimenta a economia de Giruá, sofreu perda de 90% no município. Experiente em manifestações em que o maquinário formava longas filas na região, o agricultor Altivo Padilha dos Santos, 61 anos, estranhou a fraca movimentação. Como mora perto, conseguiu ir de trator.

– Tem agricultor que iria gastar com as máquinas R$ 100 para ir e voltar – contou o agricultor, que perdeu quase toda a lavoura de soja e ainda não conseguiu financiamento para a próxima safra.

Os produtores reivindicam o pagamento do seguro agrícola, da bolsa-estiagem, do custeio da lavoura e do crédito fundiário e uma política estadual para produtos como trigo e arroz.

O sindicato rural propôs ainda à Federação da Agricultura do Estado (Farsul) um plebiscito para separar os três Estados do Sul do resto do Brasil. Os produtores querem a criação de políticas regionais para a agricultura, já que a nacional traria prejuízos ao Estado.

Uma das reclamações é com relação aos acordos de importações do Mercosul, que possibilitam que o trigo e o arroz argentinos e uruguaios entrem livremente no país.

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