| 03/10/2005 13h36min
A polícia de Sapiranga começou a ouvir nesta manhã as testemunhas da morte do sindicalista Jair Antônio da Costa, 31 anos. Ele foi morto na sexta-feira após um protesto contra a crise no setor coureiro-calçadista no Vale do Sinos. Houve confronto entre os manifestantes e policiais militares, culminando com a morte de Jair.
O primeiro a ser ouvido foi o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sapiranga, Anilton Pereira. Ele confirmou que houve agressão por parte dos policiais durante a manifestação dos operários.
Em depoimento, o dirigente do Sindicato dos Sapateiros da cidade, Leandro Rodrigues dos Santos, disse que o tumulto não começou com o suposto roubo de chave de uma moto, como alega a polícia. Ele garante que os colegas foram impedidos de ajudar Jair quando este era agredido pelos membros da corporação.
Outras cinco testemunhas foram convocadas para depor nesta tarde. Amanhã, cinco policiais envolvidos na morte de Jair darão suas versões sobre o incidente.
Em entrevista à Rádio Gaúcha hoje, o secretário de Segurança do Estado, José Otávio Germano, garantiu que ainda nesta semana o governo irá identificar os responsáveis e que está apurando o incidente. Segundo Germano, casos como o que culminaram com a morte do sindicalista não são comuns no Rio Grande do Sul.
Segundo o laudo preliminar da necropsia, Costa sofreu "asfixia mecânica provocada por contusão hemorrágica de laringe e traumatismo cervical". Três brigadianos e dois policiais rodoviários já foram afastados.
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