| 14/10/2005 13h56min
O clima entre os investidores internacionais hoje é de apreensão com o risco envolvido no escândalo da corretora Refco. A descoberta de irregularidades na gestão da corretora americana estaria levando os fundos de hedge a sacar recursos e realizar lucros em mercados emergentes, como o Brasil, para compensar possíveis prejuízos com operações ligadas à corretora dos EUA.
– As informações são de que a Refco é uma corretora que trabalha com forte alavancagem nos mercados americanos e também nos emergentes. É o principal motivo das vendas dos estrangeiros – explica Luiz Roberto Monteiro, da corretora Souza Barros.
Investidores dos mercados de ações, moedas, commodities e bônus estão resgatando parte de suas posições hoje para se protegerem contra o risco de aperto de liquidez depois que a Refco congelou contas de clientes de sua unidade Refco Capital Markets por 15 dias. A restrição aos saques foi determinada após queixas de fraude contra o ex-presidente executivo da empresa Phillip Bennett.
As queixas contra o antigo executivo da Refco, na quarta, realçaram a importância do risco das contrapartes nas operações, e também o papel crucial da reputação, na geralmente obscura indústria de derivativos, impulsionando temores de possível colapso da empresa e aperto de liquidez.
Riscos de contágio são uma grande preocupação para o mercado de câmbio, que movimenta US$ 1,9 trilhão por dia e onde as transações são amplamente feitas no balcão.
As bolsas de valores européias têm tentado afastar qualquer pânico, emitindo comunicados nos quais afirmam que as operações da Refco permaneciam normais no continente.
Instituições do mercado de commodities na Europa e também nos Estados Unidos também se pronunciaram para informar que a Refco estava comprindo com suas obrigações e que as operações transcorriam normalmente.
Os preços dos bônus da Refco despencaram mais de 40% e as ações da empresa foram suspensas ontem.
Alguns dos rivais da Refco se apressaram em prever que a quebra de confiança da empresa será fatal, mas outros no mercado afirmaram que havia um sentimento de alívio já que o pânico não havia afetado suas próprias operações.
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