| 18/10/2005 14h50min
A cidade de Eldorado, a 430 quilômetros de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, onde foi confirmado o foco de febre aftosa, começa a transformar em números as perdas provocadas pela doença. Cerca de 65% da arrecadação do município tem origem na pecuária. Segundo o relatório da Prefeitura e Defesa Civil, a venda de 86.438 cabeças de gado está suspensa.
Apenas com a venda de insumos o município calcula prejuízos de R$ 225 mil. Na Fazenda Vezozzo, onde há uma semana foi identificado o foco, os danos são estimados em R$ 366,92 mil.
O frigorífico Boifran, responsável pela geração de 600 empregos diretos e mais de 2 mil indiretos no município, decidiu paralisar as atividades. Deu férias coletivas aos funcionários e demitiu os que estavam em experiência. O abate de 15 mil animais por mês e o faturamento mensal de R$ 12 milhões estão comprometidos. Segundo o gerente comercial da empresa, Eduardo Ramalho, existe o risco de o frigorífico nem reabrir suas portas. Os funcionários estão preocupados. A previsão de perdas é de R$ 130,8 mil somente em um mês.
Nos assentamentos a situação é ainda mais grave. Os pequenos produtores que têm no leite a única fonte de renda são obrigados, por medidas sanitárias, a jogar fora toda a produção. Muitos estão preocupados em como vão pagar as contas. Alguns já pensam no que fazer para garantir a sobrevivência.
Com falta de informações sobre a doença, a maior parte da população está evitando o consumo de carne bovina e de leite. Já existem casos de pessoas que relatam ter passado mal depois de comer carne. A dona de casa Elisângela Torres afirma que ela e as três filhas passaram mal, com sintomas como febre e diarréia. Conforme o veterinário Cláudio Boszczovski, a doença só atinge animais, e o consumo de carne de boa procedência não faz mal à saúde humana.
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