O Rio Grande do Sul vai propor hoje, em Florianópolis, que os três Estados do Sul proíbam a entrada de animais, produtos ou subprodutos de todo o Mato Grosso do Sul e não apenas dos cinco municípios localizados na área de risco de aftosa.

Além da proposta, a Secretaria de Agricultura do Estado vai sugerir a criação de um corredor sanitário para evitar o desabastecimento da indústria de carne bovina, ameaçada pelas barreiras sanitárias impostas por Santa Catarina. O Estado vizinho está bloqueando totalmente o trânsito do produto por ter o rebanho livre de aftosa sem vacinação.

– Nós queremos dar maior garantia ao rebanho gaúcho – disse ontem o diretor-técnico do Departamento de Produção Animal da Secretaria da Agricultura, Antônio Ferreira Neto, que representa a pasta na reunião com os outros dois Estados.

O superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Francisco Signor, que também participa do encontro, está confiante de que o governo catarinense  vai ceder no trânsito de carne bovina entre os dois Estados.

– Seria uma irracionalidade isolar o Estado. Como vamos querer que nossos produtos ingressem lá fora se aqui dentro do nosso país formamos uma cortina de ferro? – questionou, dizendo que a indústria pode recorrer à Justiça para garantir o abastecimento de carne bovina ao setor.

Embora tenha liberado o trânsito de alguns animais, produtos e subprodutos no sábado, o secretário de Agricultura de Santa Catarina, Moacir Solpesa, adiantou que, para carne bovina, continua na linha dura.

– Seguiremos firmes com a proibição da entrada de carne bovina de qualquer Estado ao Norte de Santa Catarina até que a situação causada pelo foco se normalize – afirmou.
 

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