| 20/10/2005 15h37min
A perda de renda ao produtor é a principal preocupação da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) em 2005. Estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) indica que o preço recebido pelo pecuarista no momento da venda do boi gordo caiu 14,94% entre janeiro e agosto deste ano. No mesmo período, os custos de produção subiram 5,02%, indicando que o produtor recebeu menos na hora de vender o gado e gastou mais para manter o rebanho.
A tendência se mantém desde o final de 2003, fazendo com que a perda de renda impeça maiores investimentos na criação, como melhoria genética, reforma de pastagem, mineralização, além de ampliar o abate de fêmeas, forma encontrada para gerar receita para o produtor.
Apesar da situação preocupante, o setor atingiu neste ano o recorde de exportações de carne bovina, vendendo, entre janeiro e setembro US$ 2,361 bilhões, o que representa 1,73 milhão de toneladas. No entanto, os números retratam a situação da pecuária antes dos focos de aftosa em Mato Grosso do Sul.
Segundo o presidente da CNA, Antenor Nogueira, as restrições à compra de carne bovina brasileira referem-se principalmente ao produto oriundo de Mato Grosso do Sul.
– Temos outros Estados autorizados a exportar, que podem atender essa demanda – disse Nogueira.
Ele lembra que as medidas sanitárias necessárias para controle da aftosa foram adotadas evitando que o problema se espalhasse pelo restante de MS. Dessa forma, a carne bovina das regiões de Mato Grosso do Sul que continuam livres de aftosa com vacinação poderá abastecer o mercado interno, enquanto que outros Estados atenderão a demanda de exportações.
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