| 27/10/2005 11h29min
O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) da Compra de Votos, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), disse não ter ilusões quanto ao que será dito na acareação de hoje com oito acusados de envolvimento no suposto esquema do mensalão.
– Provavelmente, eles vão reafirmar o que disseram – explicou Abi-Ackel.
Ele disse, porém, que a acareação é necessária para confrontar as versões de cada um – porque as quantias que os destinatários dos saques dizem ter recebido é diferente do que os fornecedores dizem ter pago – e qualificar os crimes de obstrução à Justiça cometidos por quem mentiu à CPI.
A acareação reúne o empresário Marcos Valério, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas, o ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino dos Santos, o assessor do PP João Cláudio Genu, o primeiro-secretário do PTB, Emerson Palmieri, e a diretora financeira da SMPB, Simone Vasconcelos.
Comentando a decisão do ministro Celso Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que assegurou o direito de os advogados inscritos na OAB-DF comunicarem-se pessoalmente com seus clientes durante a acareação, o deputado disse que na CPI as prerrogativas dos advogados sempre foram respeitadas. O relator ressaltou que, como ele próprio e o presidente da CPI senador Amir Lando (PMDB-RO), são advogados, eles jamais desrespeitariam o regimento da OAB.
Valério e Delúbio participam da acareação protegidos por habeas corpus preventivos, concedidos pelo STF, que reafirmam o direito de se calarem para não produzir provas contra si mesmos. mir Lando disse que os habeas corpus não significam nada, porque a CPMI reconhece o direito dos investigados e jamais desrespeitaria a lei.
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