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 | 28/10/2005 15h28min

Empresários esperam redução nas exportações

Previsão negativa também inclui número de empregados, diz CNI

De acordo com a mais recente Sondagem Industrial, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), os empresários continuam pouco otimistas em relação à evolução dos negócios para os próximos seis meses. O faturamento deverá continuar crescendo de forma gradual, mas a previsão para exportações e número de empregados é de queda.

– Não tenho expectativa muito favorável para o fim do ano. O Natal pode surpreender e crescer mais do que o esperado, mas isso não irá se traduzir em forte recuperação da indústria – afirmou o coordenador da Unidade de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca.

De acordo com o boletim da CNI, pelo segundo trimestre consecutivo, os empresários esperam redução das vendas ao exterior nos seis meses seguintes, fato inédito em toda a série histórica iniciada no segundo trimestre de 1998. O indicador de 45,1 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, é o menor já apurado.

Empresas de ambos os portes pesquisados sugerem queda das exportações. Um dos principais fatores que pode explicar esse resultado é o efeito da valorização cambial sobre a rentabilidade das exportações e sobre decisões de investimentos.

Para as grandes empresas exportadoras, o câmbio é o principal problema enfrentado, superando a alta carga tributária. Segundo Fonseca, a carga tributária vinha sendo apontada como o principal problema desde 1998, com exceção do ano de 1999, quando os juros ocuparam o primeiro lugar da lista.

Para as pequenas e médias empresas, a competição acirrada no mercado é o segundo maior problema, depois dos impostos. Fonseca explicou que isso pode estar relacionado à menor demanda por produtos e à entrada de novos competidores no mercado, ou seja, aumento das importações.

Em julho, oito dos 17 setores pesquisados esperavam redução nas vendas externas. Em outubro, foram 14 setores, em especial vestuário e calçados, minerais não-metálicos, têxtil, couros e peles e madeira. Apenas bebidas e produtos farmacêuticos esperam aumento das vendas ao exterior, com indicadores de 75 pontos e 56,6 pontos, respectivamente.

A pesquisa ouviu 1.254 pequenas e médias empresas e 204 grandes no período de 26 de setembro a 18 de outubro.


 
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