| 31/10/2005 00h50min
Em vez de cortar o pé de palmito para transformá-lo em conserva, dois produtores do Litoral Norte de Santa Catarina estão vendendo a fruta do palmiteiro.
Consumida em maior escala no Norte e Nordeste do país e conhecida como alimento energético, a polpa do açaí caiu no gosto de turistas que freqüentam o Litoral catarinense e está gerando mais lucro do que o palmito.
A rentabilidade no Sul é bem maior: a lata de 12 quilos de açaí é vendida a R$ 6 em SC. No Norte do Brasil, os produtores ganham R$ 1 pela mesma quantidade. O quilo da polpa é comercializado a R$ 4, informa o produtor Waldemar Arndt, pioneiro neste comércio na região de Garuba, ao lado do sócio Andrey Pabst.
- Extraindo somente a fruta, não precisamos cortar os pés que são mantidos por pelo menos 15 anos e conservam o equilíbrio do meio ambiente, afetado com o corte do palmito - diz Arndt.
A semente, que seria descartada depois de retirada a polpa, passa por
um tratamento térmico para favorecer a germinação
e também está sendo comercializada. A germinação é de 90% com o tratamento térmico enquanto que a semente ao natural chega a 30%, explica o produtor.
Geléias têm
mercado garantido
Além de vender a polpa da fruta, usada para sucos em lanchonetes e quiosques do Litoral e ainda em Curitiba e Florianópolis, os produtores de Garuva estão fabricando geléias a base da fruta.
- A venda é garantida. Produzimos sete toneladas este ano. Nem chegou o Verão e já não há mais açaí disponível - diz o agrônomo.
Cada pé dá fruta uma vez por ano. Ela está no ponto de colheita entre março e junho. Os pés podem ser plantados embaixo dos bananais porque precisam de sombra nos primeiros anos de vida. Ao contrário do corte do palmito, que é controlado e depende de plano de manejo, a retirada da fruta é liberada pelos órgãos ambientais.
( liziane.rodrigues@diario.com.br )
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