| 06/11/2005 18h38min
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, acabou admitindo que possivelmente terá de fazer concessões para que o Parlamento aprove sua polêmica lei antiterrorista, à qual se opõe inclusive um setor do próprio Partido Trabalhista. Estes comentários foram feitos hoje à BBC por uma porta-voz de Downing Street, segundo a qual o Primeiro-ministro "reconhece que deverá negociar ou chegar a um compromisso nesse ponto".
A porta-voz acrescentou que Blair continua defendendo que o prolongamento do prazo de detenção sem acusações de um suspeito de terrorismo dos atuais quatorze dias para noventa, como quer a Polícia, "é o correto".
Em declarações ao jornal The Sunday Telegraph, o líder trabalhista disse hoje que seria uma "derrota" para a segurança do Reino Unido o eventual bloqueio dessa proposta, fortemente criticada por diversas frentes.
Organizações de defesa dos direitos civis, renomados juízes lordes, o Partido Liberal-Democrata, o
ex-primeiro-ministro conservador John Major e o
setor mais à esquerda do Partido Trabalhista criticam o prolongamento da detenção preventiva como um claro atentado contra as liberdades civis.
O ministro de Assuntos Constitucionais, Charles Falconer, que assessora o Governo em assuntos legais, não quis revelar se aconselhou o Governo a diminuir suas pretensões, como crêem alguns.
Em declarações à emissora ITV1, Falconer reconheceu, no entanto, que existia a possibilidade de que esse artigo da lei antiterrorista não fosse aprovado na câmara dos Comuns, o que obrigaria a construção de um acordo, embora tenha se negado a comentar qual poderia ser o novo limite.
O novo ministro do Trabalho e Pensões, John Hutton, atacou hoje, por sua vez, aos que se opõem aos noventa dias de detenção preventiva e disse que "a Polícia deixou muito claro a importância" que dá à ampliação do prazo até o novo limite.
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