| 16/06/2008 14h21min
Dunga, técnico da Seleção Brasileira, disse que apesar da derrota por 2 a 0 para o Paraguai, não vai promover mudanças radicais na equipe que entrará em campo na terça, contra a Argentina, pelas Eliminatórias à Copa de 2010.
— Mudar a postura é melhor que mudar o próprio time — disse Dunga em entrevista coletiva Cidade do Galo, centro de treinamento do Atlético-MG.
Para o treinador, os problemas da equipe devem ser corrigidos "na base da conversa" e defendeu a escalação dos volantes Josué e Mineiro.
— O futebol é isso. Quando não se ganha, vem a crítica. Quando cheguei na Seleção e não os convoquei, ouvi críticas. Agora que eles jogam na Eurocopa e são convocados, sou criticado. Todo mundo quer mandar na casa, mas quero ver pegar a chave e organizá-la — filosofou.
Perguntado sobre a falta de vibração dos brasileiros no jogo de Assunção, Dunga disse que não é o momento de fazer cobranças ou dar broncas, como ele costumava fazer
quando era capitão da equipe.
— Em nenhum
momento o treinador pode o perder o equilíbrio. Eles mesmos já fazem essa cobrança interna. Em nenhum momento vou reunir os jogadores no meio do campo para dar uma bronca — explicou Dunga, para quem "quando se vence que há uma cobrança maior".
O técnico ainda disse que a equipe está motivada e pronta para sair do momento ruim. E minimizou o protesto da torcida brasileira em Assunção, que chegou a entoar coros pedindo sua saída.
— É natural quando não se ganha. Quando se ganha uma Copa América, não se fala nada, é obrigação. Quando se perde, alguém tem que ser responsabilizado e sempre sobra para o treinador — afirmou.
Por outro lado, o capitão da Seleção Brasileira elogiou o comportamento da torcida mineira, que recebeu a delegação no aeroporto na última madrugada.
— É um prazer jogar onde você é bem recebido. O povo mineiro demonstrou esse carinho ontem. O que não é fácil quando o Brasil perde. Isso mostra a maturidade do
torcedor. Acho que só esse calor humano do povo
mineiro já vai dar um apoio muito forte — disse Dunga, que espera o mesmo comportamento no jogo do Mineirão, na quarta.
Perguntado se o resultado de domingo teria influenciado a escolha da Cidade do Galo, um lugar afastado do centro de Belo Horizonte, Dunga deu uma resposta ríspida e explicou que o auxiliar Jorginho havia visitado o lugar dois meses antes. O treinador também não quis fazer comentários sobre a ausência de Ronaldinho Gaúcho e Kaká.
— Prefiro falar dos jogadores que estão aqui. Todos são importantes, desde que estejam no grupo da Seleção — concluiu.
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