| 17/11/2005 13h51min
Os parentes de Jean Charles de Menezes, mineiro assassinado pela polícia da Inglaterra no metrô de Londres há quatro meses, receberam com revolta a notícia de que ele teria sido morto com um tipo de munição proibida em guerras. A revelação foi feita ontem pelo jornal inglês Daily Telegraph.
Em Gonzaga, no leste de Minas Gerais, a família do eletricista quer incluir esta informação no processo contra a Scotland Yard, a polícia londrina. O irmão de Jean, Giovanni de Menezes, disse que, se for preciso, os parentes do eletricista vão voltar à capital inglesa para cobrar justiça.
O jornal afirma que a bala, uma evolução do projétil de ponta oca dum-dum, teria sido usada pela primeira vez pela polícia britânica na morte do brasileiro. O brasileiro foi assassinado em 22 de julho na estação de Stockwell ao ser confundido com um terrorista.
As balas dum-dum foram criadas pelos britânicos do século XIX e banidas pela Declaração de Haia em 1899. O uso da munição de ponta oca, que se expande e estilhaça no impacto, havia sido autorizado na Operação Kratos, empreendida pelos ingleses contra homens-bomba, também conhecida pela política de atirar para matar adotada após os atentados de 7 de julho contra o sistema de transporte urbano de Londres.
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