| 30/09/2005 13h34min
O chefe da polícia londrina, Ian Blair, atrasou o início de uma investigação independente sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes. Em uma carta enviada ao Ministério do Interior inglês, o comissário defendia que a morte do brasileiro se tratava de um caso de terrorismo.
Por esse motivo, Ian Blair rejeitou, em um primeiro momento, que membros da Comissão Independente de Queixas à Polícia (IPCC) visitassem a estação londrina de Stockwell, onde os agentes atiraram no brasileiro ao acreditar que se tratava de um terrorista. A morte de Jean ocorreu em 22 de julho, um dia após atentados fracassados à capital britânica.
Na carta, divulgada hoje pelo Ministério do Interior, o comissário sustenta que as indagações sobre a morte de Jean Charles serão rigorosas, mas submetidas às necessidades da operação antiterrorista que deve ter prioridade. Blair impediu que a IPCC começasse a investigação até seis dias depois do assassinato de Jean Charles devido a um erro dos agentes. Este atraso causou a revolta dos amigos e parentes do brasileiro que denunciaram o encobrimento da polícia e pediram a renúncia do comissário.
De acordo com a carta de Ian Blair, em uma situação que muda rapidamente e na qual a possibilidade de terroristas suicidas é muito alta, um chefe policial deveria poder suspender a norma que requer que se entregue toda a informação à comissão independente. Para o chefe da Scotland Yard, a obrigação da comissão de informar à família poderia pôr mais vidas em perigo.
Na nota, o comissário procura o apoio do Executivo britânico. O governo diz que não pretende eximir seus oficiais de possíveis responsabilidades penais. O comissário diz ter levado ao governo a necessidade de proteger legalmente os agentes da polícia que devem tomar decisões em relação a suspeitos de ser terroristas suicidas.
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