Dois dias depois do seqüestro da candidata à presidência Ingrid Betancourt, um comunicado assinado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e enviado à sede da polícia nacional de Bogotá afirma que a guerrilha quer trocar a candidata e outros cinco políticos que mantêm em cativeiro por guerrilheiros presos.

Enquanto a autenticidade do documento era verificada, o governo preparava a segunda campanha contra posições das Farc na antiga zona desmilitarizada. Os municípios de La Macarena e La Uribe – considerado o bastião histórico do chefe e fundador da guerrilha, Manuel "Tirofijo" Marulanda – devem ser os próximos alvos. O exército já controla os povoados de San Vicente del Caguán (no departamento de Caquetá), Mesetas e Vista Hermosa (no departamento de Meta).

Na ação desta segunda-feira, dia 25, as forças do governo sofreram baixas. Em Suaza, a 630 quilômetros de Bogotá, um militar morreu e dois ficaram feridos em combates com a guerrilha.

A campanha contra as Farc começou na quarta-feira, quando o governo decidiu romper o processo de paz e retomar a área sob controel da guerrilha. Além de Ingrid – que desapareceu no sábado depois de ter ignorado um aviso do governo e decidido fazer campanha na antiga zona desmilitarizada –, as Farc mantêm em cativeiro os congressistas da oposição Consuelo González, Orlando Beltrán, Luis Eladio Pérez e Eduardo Gechen, e o conservador Oscar Lizcano.

A guerrilha tem reagido aos avanços do exército também com ataques à infra-estrutura do país. No total, cinco torres de transmissão de energia e três pontes foram dinamitadas. A empresa estatal de energia ISA afirmou que mais de 30 cidades do país estão sem energia elétrica. Na sexta-feira, uma substância tóxica foi jogada no aqueduto de Pitalito, no sul da Colômbia.