O administrador judicial da Varig Luiz Alberto Fiore, sócio da consultoria Deloitte, disse hoje que os credores da companhia não têm o poder de vetar a negociação de compra da Varig, feita pelo Grupo Docas, anunciada na segunda.

– Os credores não podem vetar a negociação porque tudo foi feito entre o controlador, que é a Fundação Ruben Berta (FRB) e Docas – disse Fiore.

Ainda segundo ele, os credores só podem vetar um possível plano de recuperação que for proposto pela empresa.

Segundo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, até a próxima assembléia de credores, marcada para o dia 19, a direção da companhia terá uma nova rodada de negociações com os credores.

– Temos que sentar com os credores e o novo gestor para ver se há necessidade de aperfeiçoamento. A partir daí, são negociações. O gestor vai observar o que foi desenhado e, a partir daí, evoluir – disse Bottini.

De acordo com o presidente da Varig, durante a semana serão discutidas com os credores modificações no desenho do plano de recuperação.

– Na verdade temos um plano que já está na mesa (que inclui a criação de fundos para cada uma das classes de credores e também para o controlador) e algumas modificações que credores nos trouxeram. Nos últimos dias elaboramos uma nova proposição que não invalida nada do que foi discutido, até porque quem elege e determina a solução é o credor. Vamos fazer mais uma rodada de conversações para ver se, com a soma de tudo isso, podemos, até o dia 19, fechar uma solução que deixe todos satisfeitos – disse Bottini.

Para o executivo, não há possibilidade de não haver acordo na próxima assembléia de credores.

– Não trabalhamos com a possibilidade de não haver acordo porque isso significaria a liquidação da empresa. O que existe agora é um esforço nos próximos dias para que haja uma solução – acrescentou.

AGÊNCIA O GLOBO