| 16/12/2005 09h26min
O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), suspeita que um acordo tenha sido planejado para absolver os deputados acusados de participar do mensalão. Ao comentar a absolvição de Romeu Queiroz (PTB-MG), Izar disse que os parlamentares quebraram uma tradição na Câmara.
– Isso foi chocante para nós do Conselho. E quebrou uma tradição: sempre o plenário acompanhava a indicação do Conselho. Foi um acerto do PT, PL, PP e outros partidos inclusive o PMDB. Montaram aí um esquema de absolvição que realmente nos chocou – lamentou.
A cassação foi recomendada por 13 votos a dois. Queiroz era acusado de receber R$ 450 mil das contas do publicitário Marcos Valério.
– Se nós soubermos desse acordão, nós vamos fazer uma denúncia. Estamos investigando. Na realidade, precisamos denunciar ao eleitor. Estamos preocupados com a imagem do poder legislativo. Queremos mostrar que podemos cortar na carne – prometeu.
Durante a entrevista ao programa Atualidade da Rádio Gaúcha, Izar afirmou acreditar na pressão da sociedade e da imprensa. Esta reação, entende, pode evitar os acordos organizados pelos deputados. Na próxima terça, os integrantes do Conselho vão se reunir para definir a pauta de trabalho durante o recesso parlamentar.
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