| 22/12/2005 10h51min
A investigação da Polícia Civil sobre a morte do médico-legista Carlos Delmonte Printes, que foi o primeiro a indicar sinais de tortura no corpo do prefeito assassinado Celso Daniel (PT), aponta para a hipótese de suicídio e descarta a possibilidade de morte natural ou homicídio.
O delegado José Antonio do Nascimento, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), descarta também qualquer vínculo entre as mortes de Daniel e do legista. O laudo do Instituto Médico Legal (IML), que demorou 70 dias para ficar pronto, é inconclusivo. Diz que Printes sofreu uma "asfixia mecânica causada por excesso de secreção mucosa no canal respiratório", mas não conseguiu determinar a substância que teria provocado esse quadro.
Antes de morrer, Printes estava com a saúde debilitada em decorrência de uma broncopneumonia, o que explica a presença da mucosa.
O laudo do IML, produzido por 12 médicos, entre legistas, patologistas, toxicologistas e técnicos de laboratório, identificou a presença de três substâncias no corpo de Printes: lidocaína (anestésico local), Dormonid (sonífero) e propalonol (para doenças cardíacas). Os legistas do IML disseram que essas três substâncias juntas, no entanto, não poderiam ter ocasionado a asfixia. Elas foram encontradas em baixa quantidade.
A conclusão de que Printes teria ingerido alguma substância letal metabolizada pelo organismo, a ponto de inviabilizar a perícia, afirmou Nascimento, é uma "dedução lógica", já que a investigação não aponta outras hipóteses. O inquérito final sobre a morte do legista deverá ser concluído em janeiro. Na segunda-feira, o delegado irá se reunir com peritos do IML e representantes do Ministério Público para discutir o laudo e dirimir eventuais dúvidas.
O perito era uma das testemunhas do Ministério Público no processo por homicídio movido contra Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, amigo de Daniel acusado de ter encomendado a morte do prefeito. Printes morreu antes de ser ouvido pela Justiça.
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