O Grêmio vai receber o Coritiba no domingo, 31 de março, no Olímpico em uma partida que vale a permanência do tricolor na Sul-Minas. Só a vitória interessa para Tite, que projeta a equipe com o ataque formado por Luís Mário e Rodrigo Mendes, sacando Rodrigo Fabri do time titular. Luizão, que está servindo à Seleção Brasileira para o amistoso desta quarta, deve ficar como como alternativa na reserva. Isso também dependerá de como o jogador vai atuar diante da Iugoslávia, em Fortaleza. O reforço fez sua estréia em Belo Horizonte com a camisa do clube. Contra o time paranaense, poderá ser a primeira aparição de Luizão diante do torcedor gremista.

O tricolor precisa obter aproveitamento de, no mínimo, 66% nos próximos jogos para alcançar a classificação à próxima fase pelos 28 pontos projetados pelo treinador. Há quatro jogos o Grêmio não se encontra com a vitória. Ocupando a terceira posição na tabela, com 22 pontos, a equipe ainda precisa de mais seis para matematicamente assegurar vaga na fase final do torneio.

A dúvida de Tite na escalação do time passa pelo meio-campo. Com a expulsão de Tinga no último jogo, contra o Cruzeiro, Fernando pode entrar como segundo homem da posição. Quando era atleta do Juventude, ele se tornou ídolo jogando exatamente neste lugar, posto que Tinga está deixando por uma partida. Mesmo com a concorrência forte do veterano e experiente Valdo, o volante quer jogar.

– Eu sou um jogador com o cacoete de avançar, e no início do ano estava tendo liberdade para chegar à frente, mas para liberar mais o Tinga fui orientado a ser mais cabeça-de-área – diz o jogador.

Do outro lado, Valdo está tinindo fisicamente. Apesar da idade, os testes físicos o colocam como um dos melhores do grupo, à frente de pulmões como os do zagueiro Roger, por exemplo. Mas o treinador Tite disse que vai escolher entre um jogador que cadencia o jogo e retém a bola (Valdo) e outro com mais força física e explosão (Fernando). Tite também concorda sobre Valdo ser, de fato, volante.

– Ficarei triste, claro, se não atuar. Mas não frustrado. Depois de perder uma filha como eu perdi, é até crime ficar frustrado com algo assim. Se não for desta vez, paciência: a luta continua – afirma Valdo (foto), que perdeu uma filha aos 12 anos, em um acidente automobilístico.

O que não implica dizer que não aceitará sentar-se ao banco ou cobrará lugar no time escorado apenas na trajetória radiante. Valdo demonstra ter alguns rigores éticos intransponíveis. Um deles implica em não ser escalado pela marca Valdo e sim pelo que está mostrando nos treinos.

– O dia que eu for escalado no nome, largo a bola – avisa.

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