| 17/01/2006 12h47min
Os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, analisarão amanhã o andamento do Mercosul e assuntos bilaterais, à espera do venezuelano Hugo Chávez, que se unirá a eles na quinta em Brasília. Kirchner fará amanhã sua primeira visita de Estado ao Brasil, país que junto com a Argentina é considerado o motor do Mercosul – integrado também por Uruguai e Paraguai e ao qual a Venezuela começou a incorporar-se como membro pleno.
Após ter dado um exemplo de unidade na Cúpula das Américas, realizada em Mar del Plata (Argentina), em novembro, as divisões que existem no Mercosul ressurgiram nas últimas semanas frente à possibilidade de que o Uruguai abra negociações unilaterais de livre comércio com os Estados Unidos.
Lula e Kirchner pretendem reafirmar a unidade do Mercosul e deixar clara sua disposição de discutir como compensar as assimetrias dentro do bloco, tal como reivindica o Uruguai. Segundo relatório divulgado recentemente no Brasil, o comércio dentro do Mercosul caiu gradualmente nos últimos anos pela aparição de novos e grandes mercados, como a China, e pelas próprias diferenças entre as economias de seus membros.
O estudo, publicado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais, diz que os membros do Mercosul eram, em 1995, o destino de 32,3% das exportações argentinas, enquanto no ano passado apenas 18,8% das exportações da Argentina tinham o bloco como destino.
O levantamento assinala também que a Argentina, o Paraguai e o Uruguai recebiam, em 1995, 17,3% da oferta de exportação brasileira, enquanto no ano passado essa cota caiu para 10%.
Em relação a temas estritamente bilaterais, os presidentes da Argentina e do Brasil deverão voltar a tratar de assuntos que são motivo de discórdia nas relações comerciais há anos.
Na agenda estarão as salvaguardas automática" que a Argentina reivindica para proteger-se da entrada em massa de produtos brasileiros e também o atual regime automotor do Mercosul, que vencerá em 31 de março e impõe ao comércio bilateral limites que o Brasil deseja reduzir.
Para tratar desses assuntos, Kirchner chegará a Brasília com uma grande comitiva ministerial, encabeçada pela titular de Economia, Felisa Miceli.
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