| 30/01/2006 11h16min
O comissário-chefe da Scotland Yard, Ian Blair, admitiu que foi um grave erro não corrigir imediatamente a informação falsa que se divulgou sobre o brasileiro Jean Charles de Menezes após sua execução no metrô de Londres.
Em entrevista concedida em novembro passado ao jornal The Guardian e publicada hoje, Blair afirmou que a polícia poderia ter esclarecido várias questões com maior urgência.
Jean Charles, um eletricista mineiro de 27 anos, foi morto a tiros em 22 de julho na estação de metrô de Stockwell por um agente à paisana que supostamente o confundiu com um dos autores dos fracassados atentados terroristas da véspera.
Em sua declaração inicial sobre o incidente, o comissário disse que o jovem havia desobedecido às ordens dos agentes, e que sua atitude e suas roupas tinham levantado suspeitas.
Mais de três semanas depois, comprovou-se por meio de documentos divulgados pela imprensa que Jean Charles tinha entrado no metrô como um usuário comum, alheio à perseguição a que tinha sido submetido, e que foi baleado a sangue frio quando já estava sentado no vagão.
Segundo Blair, os dados errados – de que o jovem tinha escapado correndo dos agentes e de que usava uma jaqueta grande demais – não foram corrigidos de imediato porque os agentes estavam paralisados pela busca dos supostos autores dos frustrados ataques da véspera, atualmente detidos.
Os atentados de 21 de julho, contra três estações de metrô e um ônibus de Londres, não deixaram vítimas porque só os detonadores das bombas explodiram.
Na entrevista, Blair reconhece que a polícia poderia ter informado no dia seguinte que tinha matado um homem inocente.
O comissário-chefe assegura que se inteirou da verdadeira identidade da vítima no dia seguinte de sua morte, embora, segundo dados publicados pela imprensa, outros agentes souberam de tudo no mesmo dia.
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