Centenas de pessoas tomaram hoje as ruas de Damasco, na Síria, para protestar contra a publicação de charges do profeta Maomé por uma jornal dinamarquês. Os manifestantes exigiram a punição dos responsáveis pela divulgação das ilustrações e defenderam a manutenção do boicote aos produtos dinamarqueses.

O protesto ocorre após o ministro de Assuntos Islâmicos da Síria, Ziadudin al-Ayubi, se encontrar com o embaixador dinamarquês em Damasco, Adle Ekburg Mickelson. Segundo comunicado oficial, o ministro sírio explicou ao diplomata de Copenhague que "publicar desenhos que insultam o profeta Maomé é um fato doloroso que fere os sentimentos dos muçulmanos". O embaixador europeu expressou então o "desgosto e a tristeza que existe na Dinamarca com a publicação desses desenhos", informa o comunicado oficial.

Vários países muçulmanos protestaram nos últimos dias contra a publicação das 12 charges do profeta Maomé pela imprensa da Dinamarca e da Noruega, pois a representação do fundador do islamismo é proibida por esta religião para evitar a idolatria. As 12 caricaturas de Maomé saíram nas páginas do jornal dinamarquês Jyllands-Posten em 30 de setembro de 2005 e foram reproduzidas pela revista norueguesa Magazinet no dia 10 de janeiro. Em uma das ilustrações, Maomé aparece usando um turbante com o formato de bomba.

Logo que a polêmica começou, vários meios de comunicação europeus decidiram divulgar as imagens como forma de dizer que as crenças religiosas não devem se interpor à liberdade de expressão.

AGÊNCIA EFE