| 12/02/2006 10h50min
O presidente da Bolívia, Evo Morales, assegurou hoje diante dos plantadores de folha de coca de Chapare que manterá o nível atual das plantações à espera do resultado de um estudo sobre o uso tradicional deste produto. O governante socialista fez estas afirmações no discurso de inauguração do 8º Congresso Ordinário das Seis Federações do Trópico, a entidade que agrupa os sindicatos da região do departamento central de Cochabamba, que viu Morales nascer como líder político nacional.
Para o governante boliviano, não ultrapassar o "cato" (superfície de 1,6 mil metros quadrados permitida atualmente na zona para a folha de coca pelas autoridades) é a melhor estratégia de luta contra o narcotráfico e a melhor forma de apoiar o Governo. Esta medida foi definida pelo presidente Carlos Mesa no final de 2004 e se traduziu em um período de inusitada calma em uma área onde nos últimos anos houve constantes enfrentamentos entre os cocaleiros e as forças da ordem, que erradicavam os cultivos. Morales anunciou que pretende modificar a atual lei sobre a folha de coca e o narcotráfico para incorporar a figura do cato, mas disse que este passo dependerá do resultado de um estudo que as autoridades, com financiamento da União Européia, estão elaborando sobre o volume de consumo tradicional da planta. A folha de coca é a matéria-prima da cocaína, mas na Bolívia é utilizada pelos povos indígenas, desde antes da colonização espanhola, como alimento, remédio e em ritos ancestrais. O presidente destacou também o respaldo da Comunidade Andina e de vários países a sua campanha para conseguir a descriminalização da planta no mundo, que apresentará na próxima cúpula das Nações Unidas sobre o narcotráfico, em 2008. AGÊNCIA EFEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.