| 12/02/2006 18h43min
O chefe dos advogados de defesa de Saddam Hussein, Khalil Al-Duleimi, disse hoje que o meio-irmão do presidente iraquiano deposto, Barzan Al-Tikriti, sofreu "fortes torturas" nas mãos de agentes do Ministério do Interior iraquiano.
Segundo explicou Duleimi, "Barzan Al-Tikriti foi duramente golpeado por agentes do Ministério do Interior, que deixaram nele graves hematomas".
– As tropas de ocupação americanas investigaram a denúncia, mas preferiram impor a lei do silêncio sobre o que descobriram – acrescentou Duleimi em Amã, onde fica a sede da equipe de advogados de defesa de Saddam Hussein.
Por isso, acrescentou Duleimi, os advogados de defesa "consideram os EUA responsáveis pela agressão, e pedem que o julgamento seja transferido para fora do Iraque, para um local onde se possa garantir a segurança dos advogados de defesa".
O profissional acrescentou que sua equipe considera que a Jordânia, o Egito e o Catar são locais apropriadas para servir de cenário ao resto do processo, já que nesses locais é possível garantir a segurança dos acusados e de seus respectivos advogados.
Al-Tikriti, meio-irmão de Saddam, é um dos sete funcionários de alto escalão do governo deposto julgados junto com o ex-ditador, acusados do assassinato de 148 xiitas como represália a uma tentativa de assassinato de Saddam em 1982.
O chefe da equipe de defesa assegurou que seus representantes informarão sobre as torturas sofridas por Al-Tikriti às organizações internacionais de direitos humanos. Duleimi também negou as informações veiculadas em meios de comunicação que asseguravam que Saddam Hussein e seus sete colaboradores iniciariam uma greve de fome amanhã, coincidindo com o reatamento de seu julgamento.
– Nossas fontes em Bagdá nos confirmaram que essas informações não possuem fundamento – explicou.
Duleimi acrescentou que "o presidente, que continua sendo o líder legítimo do país, é um importante elemento na atual situação do Iraque. Portanto, não irá utilizar um artifício típico de pessoas débeis (a greve de fome)".
Além disso, o advogado confirmou que a equipe de defesa "mantém completamente sua decisão de suspender participação no julgamento" até que algumas exigências sejam cumpridas.
Entre elas destaca a renúncia do presidente do tribunal especial iraquiano, Rauf Abdulrahman, e dos fiscais, "porque têm algo mais que inimizade com os acusados". Reivindica também a completa proteção dos réus e de seus advogados.
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