| 05/02/2006 20h42min
O Ministério Público e a Polícia Federal começaram a investigar quatro indústrias de São Paulo, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul envolvidas em suposto esquema de corrupção com o governo de Saddam Hussein. A notícia foi divulgada hoje pelo jornal O Globo. As investigações começaram na semana passada após denúncia da seção brasileira da organização não-governamental Transparência Internacional. A ONG se baseia nos resultados de um inquérito das Nações Unidas sobre negócios suspeitos no programa humanitário conhecido como petróleo por comida.
Ao longo de dois anos, uma comissão reuniu provas de pagamentos ilícitos. Entre as indústrias brasileiras está a Randon Implementos de Caxias do Sul. Em novembro de 1999, um de seus gerentes acertou a exportação de cem semi-reboques tanques para uma estatal iraquiana. Segundo investigadores da ONU, em apenas dois contratos ela faturou US$ 1,3 milhão. O preço cobrado foi inflacionado em US$ 134 mil em relação ao valor do contrato. A indústria gaúcha teria embutido US$ 125 mil em propinas, valor explicado como taxas de serviço pós-venda na entrega.
A ONU informou que os pagamentos dos subornos estão registrados no Ministério das Finanças do Iraque. Representantes da Randon foram ouvidos pela Polícia Federal. O delegado Noerci da Silva Melo confirma que eles terão de apresentar documentos das transações com o governo iraquiano.
As outras empresas suspeitas de pagar subornos para realizarem vendas no Iraque são Valtra do Brasil, de Mogi das Cruzes (SP), Weg Indústrias, de Jaraguá do Sul (SC) e Motocana S.A, de Piracicaba (SP). Além das empresas, aparecem como beneficiários do esquema o grupo político MR-8 ligado ao PMDB paulista, dois empresários e um diplomata.
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