| 16/02/2006 12h29min
Vereadores contrários aos protestos na praça de pedágio na RS-040, em Viamão, afirmam que a prefeitura da cidade está convocando funcionários a participar das manifestações. Segundo o grupo, toda a sexta-feira é passada uma lista pela chefia de gabinete da prefeitura e outra para os servidores da Câmara ligados a uma das comissões de luta contra o pedágio.
De acordo com o prefeito Alex Boscaini (PT), a luta é do interesse de todos. Ele disse que CC é cargo político, por isso, os militantes devem participar, mas fora do horário de expediente. Um CC da prefeitura disse que CCs e estagiários são forçados a estar presentes nas manifestações.
Boscaini disse que não existe um jogo político por de trás dos protestos.
– É uma mobilização legítima. É direito da população – disse.
Integrantes do PCdoB, PSOL, PSTU e Conlutas (Movimentação Nacional de Lutas) também participam das manifestações. Alguns deles não moram no município, assim como os membros da associação criada na Serra contra o pedágio de Farroupilha, que estiveram presentes nos protestos. A Brigada Militar informou na última sexta que vários manifestantes foram identificados, sendo que um deles tem passagem na polícia por homicídio.
O comerciante Vitor Hugo Lengler disse que não existe partido político por trás do movimento que consegue unir sindicato patronal e de empregados, ruralistas e sem-terra. É justamente a participação do assentamento do MST nos protestos que gera revolta e divide o movimento.
– Tem troca de favores – disse um dos integrantes da comissão contra o pedágio, que não quis ser identificado.
O prefeito Alex Boscaini negou a acusação e disse que convidou os sem-terra para os protestos porque eles são moradores de Viamão como qualquer outra pessoa. Também confirmou que a patrola da prefeitura passou pelos os acessos do assentamento, mas dentro de um cronograma já previsto. O líder do MST no local, conhecido por Lorenso, confirmou os favores.
– A prefeitura é parceira do movimento – disse.
Outra coisa que revolta parte da comunidade é o fato do assentamento ter cerca de sete veículos que passam pela praça da RS-040 e nenhum deles paga tarifa.
Os protestos estão gerando controvérsias inclusive entre aqueles que consideram a causa justa. Os organizadores das manifestações dividiram-se após audiência da Univias com uma comissão para tentar solucionar o impasse. O primeiro encontro ocorreu há quase duas semanas acentuou as diferenças políticas entre as pessoas contrárias à cobrança. O presidente da Associação de Moradores da Vila Querência, em frente ao posto da Polícia Rodoviária, é contra a manifestação agressiva. Valério Cordeiro disse que este movimento não pode falar em nome de toda cidade de Viamão.
– Não é favorecer a população coisa nenhuma. Eles querem é manchete – afirmou.
A Associação de Moradores de Águas Claras está dividida após a audiência com a Univias em que foi acertada a isenção até 2013 para os moradores. O presidente da entidade é favorável aos protestos e diz que o grupo não tem legitimidade para fazer um acordo como este com a empresa. Já o vice-presidente Claro Antônio Mota destacou que o foco do assunto foi desviado.
– Por que não dialogar? – indagou.
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