| 18/02/2006 11h25min
O Egito teria sido o incentivador da campanha internacional contra a Dinamarca por causa das charges do profeta Maomé publicadas pelo Jyllands-Posten, acusa um relatório do governo egípcio divulgado hoje pelo jornal Politiken.
Desde o início do conflito, no fim de janeiro, o governo dinamarquês insistia em culpar uma delegação de imames do país que viajou ao Oriente Médio em dezembro para divulgar as charges e buscar apoio.
No entanto, em outubro, o embaixador dinamarquês no Cairo participou de uma reunião na sede do ministério de Exteriores egípcio, pouco depois que o primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, recusou-se a discutir o assunto das charges com 11 embaixadores de países islâmicos.
Na reunião, um importante funcionário exigiu do embaixador dinamarquês que seu governo repudiasse os desenhos e propôs uma condenação oficial às ironias sobre o Islã e Maomé. Também o advertiu sobre uma "possível piora da situação" se suas demandas não fossem atendidas, de acordo com o relatório citado.
A recusa dinamarquesa fez com que o Egito pedisse, em outubro e novembro, que outros países islâmicos, por meio da Liga Árabe e da Organização da Conferência Islâmica (OCI), pressionassem a Dinamarca.
As autoridades egípcias também informaram o caso ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e ao comissário de Política Externa e Segurança da União Européia (UE), Javier Solana.
O relatório afirma que, antes dos imames chegarem ao Egito, o Ministério de Exteriores do país "havia informado vários jornais e revistas egípcias sobre a campanha antiislâmica na Dinamarca e em alguns países ocidentais".
O mesmo ministério divulgou, por todo o mundo islâmico, as charges de Maomé no jornal "Jyllands-Posten", e não os imames, disse o "Politiken".
O ministro de Exteriores dinamarquês, Per Stig Moeller, não se pronunciou sobre o relatório.
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