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 | 18/02/2006 13h03min

Abbas diz que ANP continua comprometida com a paz

Hamas rejeitou chamado para luta pacífica feita pelo presidente palestino

O Parlamento palestino iniciou hoje sua segunda legislatura em uma sessão simultânea em Ramala e Gaza, na qual o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, garantiu que os acordos de Oslo continuam vigorando e que o Hamas deverá aceitá-los, apesar de o movimento islâmico ter rejeitado essa possibilidade.

– Oslo é uma realidade política com a qual nos comprometemos e com a qual continuamos comprometidos, porque embora não seja um acordo perfeito, nos permitiu nos estabelecer em nossa terra, criar a ANP e este Conselho, que é o mais próximo que temos de um Parlamento – disse Abbas em nome da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), signatária dos acordos de paz.

Em um longo discurso em Ramala, o presidente palestino lembrou os principais eventos do processo de paz desde a primeira "Intifada" (1987-1993) até o "Mapa do Caminho" (2003).

Assim, Abbas insinuou ao Hamas que sua presença no Parlamento, pela primeira vez e com a maioria absoluta de 74 das 132 cadeiras, só é possível graças às negociações com Israel, e não à luta armada.

Pouco antes, ao empossar os deputados, o presidente interino do Parlamento, Saleem Za'noun, lembrou ao Hamas que a política externa do povo palestino permanecerá juridicamente nas mãos da OLP, da qual o movimento islâmico não faz parte.

– O Governo da ANP só tem sob sua responsabilidade os assuntos internos (na Cisjordânia e em Gaza) – explicou Za'noun.

Em resposta, o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, afastou categoricamente a possibilidade de negociar com Israel.

– O Hamas rejeita o chamado para uma luta pacífica contra Israel e enfatiza novamente que a luta armada é um direito natural dos palestinos contra a ocupação –  afirmou. – Nas circunstâncias atuais de ocupação, enquanto as agressões contra nosso povo persistirem, o Hamas não se disporá a negociar com Israel.

No discurso, Abbas pediu ao movimento islâmico que respeite os acordos assinados porque foram eles "que deram legitimidade à causa palestina" e às aspirações de criar um Estado independente com base nas resoluções 242 e 338 da ONU.

Aos governos do mundo, pediu que respeitem a decisão democrática dos palestinos, e que não os castiguem pelos atos e atitudes radicais do movimento muçulmano.

– O triunfo do Hamas não deve ser usado como pretexto para chantagear ou prejudicar o povo palestino por ter exercido o direito democrático de escolher seus líderes – afirmou o presidente.

Em contraposição ao seu apoio incondicional às negociações, Abbas convocou "a continuação da resistência popular por meios pacíficos" e exigiu que Israel não saia do processo e "retorne imediatamente às negociações".

AGÊNCIA EFE
 
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