O prefeito da província peruana de Cailloma, Elmer Cáceres, quer de volta uma múmia inca chamada Juanita, que está no museu administrado por uma universidade há 10 anos. Segundo o prefeito, a volta da múmia, encontrada em Ampato, daria fim a desgraças que estariam acometendo o lugar. 

Cáceres entrou na quinta na sala onde Juanita é exibida para pedir clemência aos deuses andinos em um ritual ancestral conhecido como "pago a la tierra". O prefeito e comitiva ficaram até hoje no Museu de Santuários Andinos, da Universidade Católica Santa María, para exigir a devolução da múmia, também conhecida como Dama de Ampato.

O prefeito diz que desde que a múmia foi tirada do povoado, ocorreram uma série de desgraças, como uma seca de 10 anos e depois, chuvas torrenciais. As autoridades da universitária convenceram Cáceres a deixar o local depois de três reuniões.

– Eles se deram conta de que a universidade tem a custódia dos restos culturais e que o Instituto Nacional da Cultura, como representante do Esatdo, é que tem de tomar uma decisão a respeito – disse o reitor da universidade, Julio Paredes.

A múmia, de cerca de 500 anos, é exibida em um câmara de vidro especial para manter a temperatura constante de -19,5ºC para garantir a preservação. É uma das múmias melhor conservadas no mundo. Ela foi encontrada em 1995 por uma expedição que a achou semienterrada na neve em Ampato, a 720 quilômetros a sudeste de Lima.  Segundo exames realizados nos Estados Unidos, Juanita' era uma menina com 13 ou 14 anos sacrificada com um golpe como uma oferenda a deuses andinos.

AGÊNCIA AP