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 | 07/03/2006 13h21min

João Paulo diz que não houve presunção de inocência em seu caso

Deputado está sendo acusado de ter recebido dinheiro de Marcos Valério

Antes da leitura do voto do relator Cezar Schirmer (PMDB-RS) no Conselho de Ética, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) reclamou que não houve presunção de inocência no seu caso. O ex-presidente da Câmara reiterou sua inocência dizendo que quando recebeu os R$ 50 mil das contas de Marcos Valério estava seguro de que o dinheiro provinha do PT e que lhe havia sido dado pelo tesoureiro do partido.

O deputado petista acusou a imprensa de inventar uma nova versão para os fatos, reclamando que já está condenado pela mídia. João Paulo Cunha comparou, inclusive, seu caso com o do deputado gaúcho Ibsen Pinheiro – que foi acusado de ter desviado R$ 1 milhão e depois inocentado. Ibsen Pinheiro falou com a Rádio Gaúcha e disse que não tem como avaliar o comentário porque não conhece inteiramente o processo. Ele defendeu apenas o relator, Cezar Schirmer, afirmando que é um deputado extremamente criterioso.

Quanto à acusação de irregularidades nos contratos entre a Câmara e a SMPB, João Paulo disse que toda a prestação de contas referente a esses contratos está na internet para quem quiser conferir. O advogado de João Paulo Cunha, Alberto Toron, afirmou que seu cliente não tem nada a esconder e que não quis protelar o processo, por isso não arrolou nenhuma testemunha de defesa.

João Paulo é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter recebido dinheiro de uma das empresas de Marcos Valério - acusado de ser o operador do suposto esquema de mensalão – segundo apurações das CPIs dos Correios e do Mensalão (já encerrada).

AGÊNCIA O GLOBO
 
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