| 07/03/2006 18h09min
De um lado, um time que não perde em casa há 29 jogos na Copa Libertadores, atual campeão mundial, continental e vindo de vitória fora de casa na estréia. De outro, uma equipe que jamais venceu fora de seus domínios na competição, perdeu na estréia em casa e os próprios jogadores admitem estarem longe do nível desejado.
Assim, em situações totalmente opostas, São Paulo e Cienciano se enfrentam nesta quarta, às 21h45min, no Morumbi, pela segunda rodada do Grupo 1 da Libertadores. Líder da chave, o São Paulo não deve ver o estádio lotado, mas a mística e o apoio frenético dos torcedores são suficientes para empolgar o elenco.
Em seu estádio, o Tricolor não sofre uma derrota na Libertadores desde 8 de maio de 1987, quando caiu diante do Colo Colo por 2 a 1. Depois disso, foram 26 vitórias e três empates, com 71 gols marcados e apenas 15 sofridos, sendo que nos últimos cinco jogos o time não foi vazado pelos adversários.
– Realmente o Morumbi tem uma importância muito grande. Nossa torcida apóia demais e sabemos que há uma força a mais – diz o meia Danilo, que completará a 28ª partida pelo Tricolor na Copa Libertadores e igualará a marca de Zetti e Müller como os jogadores que mais defenderam o clube na competição.
O técnico Muricy Ramalho terá pela primeira vez no ano a equipe considerada ideal. Os zagueiros Fabão e André Dias, o volante Josué e o atacante Aloísio, que não estiveram na derrota para o São Bento por 2 a 0, no domingo, voltam ao time. Os três primeiros foram poupados, enquanto o último estava vetado pela Justiça do Trabalho do Paraná, que liberou o atleta para defender o Tricolor apenas na segunda.
– O Cienciano é um bom time, temos de estar atentos nas bolas cruzadas principalmente para o Roberto Silva, que é um atacante alto – alerta Muricy, que faz questão de evitar o favoritismo, apesar do ótimo retrospecto no Morumbi e de contar com todos os seus titulares.
Apesar do respeito do atual campeão da Libertadores, os números do Cienciano estão longe de empolgar. Em três participações na competição, o time peruano jamais venceu fora de seus domínios. Os peruanos só obtiveram um empate (diante do El Nacional, do Equador, em 2004) e sofreram sete derrotas.
Mesmo no Campeonato Peruano, o Cienciano não apresenta bom desempenho como visitante. Na atual edição, o time perdeu os dois jogos que fez fora de casa. Em 2005, no Torneio Clausura, foram sete derrotas, quatro empates e apenas uma vitória. Quando atuou na altitude de Cuzco, o time ganhou os três jogos neste ano, e oito dos 12 compromissos no Clausura de 2005.
E nem em casa a equipe começou bem na Libertadores, já que perdeu do Chivas Guadalajara por 1 a 0. Com a derrota, os peruanos entram no Morumbi com a promessa de atacar o Tricolor e buscar a recuperação.
– Podemos vencer. Sabemos que o São Paulo é um adversário muito duro, temos de trabalhar e nos esforçar para buscar os três pontos – afirma o técnico Wilmar Valencia, que também terá força máxima nesta quarta.
Apesar do discurso, o Cienciano deve ir ao Morumbi com um esquema defensivo e explorando os contra-ataques. O treinador deve escalar apenas um atacante (Roberto Silva), congestionando o meio com quatro volantes e um armador.
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