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 | 09/03/2006 10h26min

Polícia inglesa suspeitou que Jean Charles fosse inocente

Testemunhas declararam que policiais temeram ter atingido homem errado

Instantes depois da morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, em 22 de julho, a polícia inglesa temeu ter matado um homem inocente, segundo pessoas que estavam no local do incidente no metrô de Stockwell, em Londres. Segundo o jornal britânico The Guardian, diversas testemunhas declararam à Comissão Independente de Queixas à Polícia (IPCC, sigla em inglês), que altos funcionários da polícia temiam que o homem errado tivesse sido executado por ser confundido com um terrorista suicida.

O brasileiro, de 27 anos, morreu na estação de metrô quando agentes de segurança atiraram contra ele. Segundo o jornal, as declarações das testemunhas geram dúvidas sobre a atuação do comissário-chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Ian Blair, que afirmou depois da morte de Menezes que o caso estava vinculado aos fracassados atentados em Londres no dia anterior, 21 de julho.

As testemunhas, que estavam na sede da Scotland Yard em 22 de julho, disseram à IPCC que houve conversas internas, horas depois do tiroteio em Stockwell, sobre a possibilidade de se ter matado um homem inocente. A IPCC investiga atualmente a atuação de Ian Blair em resposta a uma queixa da família do brasileiro, que acha que o comissário não esclareceu o ocorrido desde o princípio.

A IPCC enviou em janeiro seu relatório sobre a morte de Jean Charles de Menezes à Promotoria para que esta considere se serão apresentadas acusações contra os agentes envolvidos na morte do brasileiro.

Estas revelações coincidem com a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Reino Unido.

AGÊNCIA EFE
 
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