| 15/03/2006 14h13min
A gripe aviária será o principal tema do 5º Seminário Internacional de Aves e Suínos. O evento faz parte da AveSui 2006 – Feira da Indústria Latino-Americana de Aves e Suínos, que será realizada no Centro de Convenções Centrosul em Florianópolis de 25 a 27 de abril. Segundo a pesquisadora da Embrapa Liana. Brentano, o encontro "oferecerá mais subsídios técnicos para embasar as decisões dos agentes envolvidos na identificação e controle de eventuais focos da doença no país."
Cientistas de todo o mundo se empenham no combate ao vírus H5N1 – e eventuais mutações – capaz de provocar a morte de animais e seres humanos. O setor de avicultura é um dos mais afetados. Erroneamente, a doença é denominada de Gripe do Frango. Os principais transmissores, até onde se sabe, são aves domésticas ou migratórias, muito embora o vírus ataque animais de outras espécies e seres humanos.
No Brasil, grande produtor e maior exportador mundial de carne de frango, não há registro da doença. A avicultura industrial está mobilizada, entretanto, diante da queda do consumo de carne de frango no exterior. Quatro milhões de pessoas estão envolvidas diretamente na cadeia produtiva da avicultura brasileira, representando um importante setor de absorção de mão-de-obra.
Essa atitude do consumidor não tem base científica e pode ser atribuída à falta de esclarecimento. Segundo a OMS, não existe risco no consumo de carne de frango, se bem preparada (cozida, frita, grelhada ou assada).
– Apesar das sérias preocupações em todo o mundo, estou relativamente otimista diante do desafio apresentado pela disseminação do vírus H5N1. Há muito ainda a ser esclarecido sobre como se dá a propagação. É essencial ampliar a pesquisa do vírus em aves migratórias no mundo todo e verificar também o papel do comércio formal e informal de aves. Se o vírus se mantiver circulando, especialmente causando surtos da doença em aves domésticas, aumentarão cada vez mais os riscos de evolução e adaptação. Desse modo, a ameaça poderá adquirir a capacidade de se transmitir entre humanos, causando uma pandemia. Por outro lado, a adaptação do vírus pode resultar em sua relativa atenuação, esperando-se que surtos da doença em seres humanos possam vir a ser mais brandos.
Estas algumas considerações da Dr. Brentano, da Embrapa, palestrante do Seminário de Avicultura da Avesui. Para a especialista, a situação parece ter saído do controle na Ásia em grande parte por falta de recursos financeiros e infra-estrutura de defesa sanitária animal.
– A Europa, de modo geral, está muito mais bem preparada para conter a disseminação do vírus na sua avicultura comercial – observa.
No Brasil, Brentano espera que se consiga ainda uma maior "coordenação entre todos os setores, e todos estão se esforçando para isto." Além de Brentano, estarão presentes na Avesui a Dra. Iara Trevisol e Dr.Paulo Esteves, Chefia de Embrapa Suínos e Aves.
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