A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou hoje as doses recomendadas do antivirótico Tamiflu para prevenir e tratar a gripe aviária em crianças e adultos, além de pedir estudos complementares sobre a eficácia do remédio.

A agência da ONU informou, num comunicado divulgado em seu site, que "ainda não há provas clínicas diretas sobre a eficácia" do fosfato de oseltamivir, ou Tamiflu, no ser humano. Além disso, explica que os testes já feitos com esse remédio, produzido pela empresa farmacêutica suíça Roche, se limitam até o momento aos efeitos constatados em animais em análise laboratorial e no tratamento da gripe estacional.

A OMS acrescenta que, sem estudos sobre os casos de infecção pelo vírus H5N1 nas pessoas, a dose correta e a duração do tratamento para combater a doença são incertas. Também não há provas, segundo a OMS, de que seja mais eficaz utilizar dose mais elevadas desse remédio do que as recomendadas para tratar uma gripe estacional.

O vírus do H5N1, causador da gripe aviária, já afetou milhões de aves em 10 países e infectou 177 pessoas, das quais morreram 98. Mas ainda não foi registrado nenhum caso de transmissão entre pessoas.

Sobre o tratamento com o Tamiflu, a OMS diz que "é possível que os doentes seriamente afetados possam ser submetidos a um tratamento prolongado, por exemplo de sete a 10 dias, recebendo no máximo 300 mg do remédio por dia. Mas são necessários mais estudos clínicos".

A OMS comenta que também faltam dados sobre seus efeitos nas mulheres grávidas, mas os estudos toxicológicos realizados até agora não revelam efeitos colaterais. A administração do oseltamivir, porém, deveria realizar-se caso por caso e levando sempre em consideração os efeitos colaterais nas pessoas que já o tomaram.

AGÊNCIA EFE