O Palmeiras vive um novo momento com a chegada do técnico Marcelo Vilar. Desta forma, o estilo centralizador de Emerson Leão foi abandonado de vez no Parque Antártica. Agora, os jogadores têm espaço maior para opinar e até tomar decisões sobre a equipe.

– Sou um líder democrático -, definiu-se o interino Marcelo Vilar, que assumiu o time após a goleada sofrida diante do Figueirense no Campeonato Brasileiro.

– É o meu estilo, jeito de ser. Não adianta lembrar do Leão e falar que estou tentando ser diferente. Tento ser o mais natural possível – completou.

A primeira mudança em relação à época de Leão foi no horário do treino, que passou das 8h30 para 9 horas.

– Deixei os jogadores decidirem o que era melhor, afinal tem gente que pode morar em Itaquera, por exemplo. Mas quero todos 9 horas no campo. Quem não estiver aqui no horário, nem vai entrar –  explicou Marcelo Vilar.

Além disso, os jogadores vão opinar sobre a escalação no clássico de domingo contra o Santos.

– Meu objetivo era manter a mesma formação do jogo contra o São Paulo. Mas quero ver quem demonstra condições físicas de atuar. Eles têm até o treino da tarde para me dizer –  afirmou.

– Isso não é uma forma de fugir da responsabilidade, apenas delegar funções -, protegeu-se.

Ao contrário de Leão, que costumava se intrometer em todos os setores do Palmeiras, até nas obras do clube, Marcelo Vilar demonstra respeito na função de cada profissional no Parque Antártica.

– Não adianta eu entrar na obrigação do Adauto (apontando para o segurança da Academia de Futebol) –  disse.

Depois do empate no clássico, Marcelo Vilar ganhou elogios. Os próprios jogadores do Palmeiras acham que o técnico demonstrou capacidade de ser efetivado no cargo. Após o treino da manhã desta sexta-feira, o treinador finalmente admitiu a permanência no Verdão.

– Se a chance vier, estou preparado para assumir –  comentou.

Enquanto isso, a diretoria permanece na análise de nomes com a possibilidade de ficar com o cargo. Ex-comandante de Corinthians e Grêmio, Tite conta com a simpatia do vice-presidente José Cyrillo Júnior e da Mancha Alviverde, principal torcida organizada do clube. Só que a decisão acontece somente na próxima semana.

O certo é que os dois próximos jogos serão fundamentais para Marcelo Vilar. Neste domingo, o Palmeiras busca os três primeiros pontos no Campeonato Brasileiro diante do Santos. Na quarta-feira, decide o futuro na Copa Libertadores da América contra o São Paulo. Assim, ele tenta demonstrar um estilo diferente dos outros técnicos - através da análise de outras equipes -  para seduzir a direita alviverde.

– Minha carreira como jogador de futebol foi curta, também não tive grandes experiências com treinadores. Mas sempre observei bastante e, com isso, você percebe detalhes para mostrar aos jogadores – afirmou.

– Não sei como minha mulher ainda vive comigo porque o que vejo de teipes é impressionante -, completou o técnico, com um largo sorriso no rosto.

GAZETA PRESS